domingo, 8 de julho de 2012

Temor a Deus - Introdução 2

Taí um texto que achei interessante... Bem enxuto, mas tem muuito significado em poucas palavras. Por ser "enxuto", coloquei como segunda parte da introdução. 


Do Temor a Deus - por Josivaldo de França Pereira



"O temor do Senhor geralmente é definido como respeito e reverência a Deus. Conquanto não seja errado pensar assim, temos nessa definição apenas uma parte da verdade, o lado positivo, por assim dizer. O outro lado, o negativo, está relacionado ao medo de se pecar contra Deus e das consequências desse mesmo pecado. O temor do Senhor é “Uma profunda reverência e respeito para com Deus, que é temperada pelo medo” (P. G. Chappell). Os textos bíblicos de Gálatas 6.7 e Hebreus 10.31; 12.29 são alguns exemplos de que o aspecto negativo do temor a Deus também deve ser observado com seriedade.
Uma das mais belas declarações na Bíblia acerca do temor a Deus é a que proferiu José do Egito a seus irmãos: “Ao terceiro dia, disse-lhes José: Fazei o seguinte e vivereis, pois temo a Deus” (Gn 42.18). Talvez em nenhum outro lugar da Escritura Sagrada a expressão “temo a Deus” seja tão bem aplicada.
Você se lembra como José foi vilipendiado e humilhado por seus irmãos, não é mesmo? De como foi escarnecido por eles, arremessado num poço, vendido aos ismaelitas, levado para o Egito e lançado no cárcere por Potifar? Acrescente-se a tudo isso a dor que seus irmãos causaram ao velho Jacó com a falsa notícia de que ele, José, fora morto por um animal selvagem (Gn 37.31-35).
Foi o temor de José a Deus que o impediu de exagerar nos testes e estratagemas para com seus irmãos e, pior de tudo, voltar-se contra eles numa fúria cega, matando a todos eles. Quem teme a Deus não é vingativo. Foi o temor de José a Deus que o fez perceber todo o desígnio do Senhor para com ele e sua família. Perdoar está diretamente associado ao temor do Senhor. Quem teme a Deus sabe que Deus perdoa a quem perdoa e que o juízo do Senhor é sem misericórdia para quem não usou de misericórdia (Mt 6.12,14,15; Tg 2.13).
Certa vez uma irmã muito querida me perguntou: “Pastor, por que será que há tantos crentes levando uma vida cristã medíocre, dando mau testemunho, cheios de ressentimento, faltosos no amor e pouco perdoadores?”. E ela mesma respondeu logo em seguida: “É falta de temor a Deus, pastor. É falta de temor a Deus”. Concordei planamente com ela. Ademais, tenho visto colegas que são excelentes na oratória do amor e perdão, mas bastante deficientes na prática da justiça e compaixão. Se temêssemos verdadeiramente a Deus pecaríamos menos, muito menos!
O segredo do sucesso de José do Egito estava no temor que ele tinha a Deus. Por temer a Deus, José preferiu ser preso injustamente a ceder ao convite adúltero da mulher de Potifar e pecar contra o Senhor: “... como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?” (Gn 39.9).
O resultado do temor a Deus é ser aprovado pelo Senhor em todas as coisas. Deus abençoou José e toda casa de Potifar. O Senhor o abençoou no cárcere e no governo do Egito. Deus honrou a fidelidade de José. E, como ele mesmo diria a seus irmãos, “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer como vedes agora, que se conserve muita gente em vida” (Gn 50.20).
Mesmo temendo a Deus podemos passar por adversidades que, momentaneamente, estão além da nossa compreensão. Lá na frente descobriremos que Deus usou tudo isso para nos abençoar e fazer de nós vasos de bênçãos para outras pessoas também.
Quem teme verdadeiramente ao Senhor nunca fica sem recompensa."
Bueno... Queria fazer umas observações quanto a esta última frase:
1) Deus não é Deus de barganha. Um verdadeiro adorador busca a face de Deus, não as Suas mãos. (Salmo 24)
2) Se tu faz, pensa, fala, etc, pensando no que tu vai ganhar com isso, não é temor a Deus, é oportunismo. 
3) A única recompensa que se deve perseguir é a alegria e felicidade que só são plenas quando buscadas em Deus. Ou seja, busque a Deus para ter mais alegria. Por quê? Deus é mais glorificado quando  estamos mais satisfeitos nEle¹, quando estamos mais alegres por causa dEle e nEle. (Salmo 100. 1-2)
Acho que é isso, por enquanto...!
Abraços, Lissa.

[1] frase de John Piper. Para saber mais sobre o assunto recomendo a leitura do livro "Em Busca de Deus (Teologia da Alegria)" de autoria dele.

2 comentários:

Josivaldo de França Pereira disse...

Lissa, com certeza Deus não é Deus de barganha, mas galardoador dos que o buscam (Hb 11.5). Estaria Jacó barganhando com Deus em Gênesis 28.20-22? Estaria Jabez barganhando com Deus em 1Crônicas 4.10? Seria Paulo um interesseiro quando disse: "Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda" (2Tm 4.8)? Paulo ainda diz: "Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão" (1Co 15.58). E o autor aos Hebreus: "Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho..." (Hb 6.10).
Barganhar é carnalidade humana, desejar as bênçãos e recompensas de Deus para a honra e glória do nome dele é bíblico.
A Teologia da Prosperidade vai para um extremo que não devemos seguir, contudo, não podemos ir para o outro extremo achando que Deus pela sua graça e misericórdia não queira nos recompensar (cf. Mt 25.31-46).
Grande abraço.

Lissa disse...

Obrigada, Josivaldo, pela visita e contribuição! Foi isso que tentei dizer com o 3º item. Aliás, as observações foram feitas como expressão de um repúdio em relação à Teologia da Prosperidade. Inclusive estou lendo um livro de C.S. Lewis, chamado Peso de Glória, no qual ele explana a parte benéfica, digamos, de desejar as bençãos de Deus. Abraço de volta!